- Rio das conchas (Dora Lochi)




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Ao poeta Paulo Fraletti
 
Ela gravou em sua alma o Ribeirão das Conchas
e jamais ele se apagou
O Ribeirão que para sempre ela levará
Com seu sim com seu não
- criatura tímida de um remoto criador. 
 
Sabe agora que o Ribeirão, não é somente dela
em sua vida, imaginação. É de outro poeta também
sabedor de Histórias e de estórias; no regato
ele se banhou e se perdeu como quem se perde no mar
e na poesia encontra um modo de recuperação,
 
não por sua avareza de alma, que o poeta é doador
por predestinação. Mas porque salvar é preciso
os tesouros que a infância têm escondidos
em seus porões. Porque dizer é preciso
sussurros que outros não ouviram, nem ouvirão.
 
Escutem! Ele vem vindo de mansinho nesta época
de tantas inundações. Ele vem e não quer nada
senão refletir pensamentos/ sentimentos de dois poetas
que não o esqueceram. Poeta não é modo de ser rio –
espelho sensível dando recados do passado?
 
Dora Ferreira da Silva (Dora Lochi), 1996

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